Carlito Azevedo
Nova Passante
1- sobre esta pele branca
um calígrafo oriental
teria gravado sua escrita
luminosa
— sem esquecer entanto a boca:
um ícone em rubro
tornando mais fogo
suor e susto
tornando mais ácida e
insana a sede
(sede de dilúvio)
2- talvez
um poeta afogado num
danúbio imaginário
dissesse que seus olhos são duas
machadinhas de jade escavando o
constelário noturno:
a partir do que comporia
duzentas odes cromáticas
— mas eu que venero (mais que o ouro
verde
raríssimo) o marfim em
alta-alvura de teu andar em
desmesura sobre uma passarela de
relâmpagos súbitos,
sei que tua pele pálida de papel
pede palavras
de luz
3- algum
mozárabe ou andaluz
decerto
te dedicaria
um concerto
para guitarras mouriscas
e cimitarras suicidas
(mas eu te dedico quando passas
no istmo de mim a isto
este tiroteio de silêncios
esta salva de arrepios)
Comentários:3
Só tenho uma coisa para dizer: obrigada. Obrigada por este espaço e por deixares poesia respirar aqui :)
Mariana
(www.reflexosdemim.weblogger.com.br)
Escolho a possibilidade dum elogio anónimo, quem gosta de poesia lê-a e dá-a a ler, fá-la e fala dela.
Faz as duas coisas, entrelaça o que escreve com o que leu. Só tenho pena da minha letra já ter passado e ter passado sem eu ter passado, sinal de gostar de ser lido por você. Mas este é um dizer... Parabéns!
Que bom voltar a ler-te Márcia!!! Muito bom o poema que editas hoje!! Obrigada pela visita ao meu novo canto, volta sempre.Mil beijinhos deste lado do mar...
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