30.9.06

J. T. Parreira


Poema para um futuro Outono


Quero que saibas que ainda
não tens saudades minhas

Espera o tempo
em que a luz do outono
vai entrar
por uma janela cinzenta

E um cristal emergirá do silêncio
das tuas lágrimas

Espera
que as praças fiquem
com a luz amarela das folhas

Nem mesmo no dia em que rostos
parcialmente escondidos
por detrás de lentes tristes
sigam o corpo

ainda não terás saudades minhas

A saudade é uma névoa que inicia
levantar-se sobre as coisas
que sempre dividimos

Uma pequena dor
transmitida no rosto de um filho

uma frase
incerta na boca de um neto
como um passo que desliza
para a queda

um livro que se abra e deixe
cair uma palavra

qualquer coisa que vá bater
no fundo dos teus olhos.



leia mais J.T. Parreira aqui.

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