J. T. Parreira
Poema para um futuro Outono
Quero que saibas que ainda
não tens saudades minhas
Espera o tempo
em que a luz do outono
vai entrar
por uma janela cinzenta
E um cristal emergirá do silêncio
das tuas lágrimas
Espera
que as praças fiquem
com a luz amarela das folhas
Nem mesmo no dia em que rostos
parcialmente escondidos
por detrás de lentes tristes
sigam o corpo
ainda não terás saudades minhas
A saudade é uma névoa que inicia
levantar-se sobre as coisas
que sempre dividimos
Uma pequena dor
transmitida no rosto de um filho
uma frase
incerta na boca de um neto
como um passo que desliza
para a queda
um livro que se abra e deixe
cair uma palavra
qualquer coisa que vá bater
no fundo dos teus olhos.
leia mais J.T. Parreira aqui.
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