28.5.06

Jorge de Sena


As mãos dadas


Um dia me falaste,
e as árvores morriam galho a galho seco.
Havia flores, recordo.
Havia ruas, aí também recordo.
E escadas
vazias.

Não me falaste, não.
Fui eu quem perguntou,
beijando-te tremente, quantos anos tinhas,
e o teu nome.

Não tinhas nome; ou tinhas, mas não teu.
E a tua idade, as tuas mãos nas minhas.



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