2.6.07

Miguel Torga


Súplica


Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti, como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto o nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz, seria
Matar a sede com água salgada.


Comentários:1

Blogger Andreia said...

posso usar vogais aqui certo?? :)

adoro este poema.. retrata um momento da minha vida..

"Perde-se a vida a desejá-la tanto."
lindo..

4:29 PM  

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