12.1.07

Léssia Ukrainka


Se todo meu sangue


Se todo meu sangue escorresse assim
como estas palavras! Se a vida passasse
como a luz vespertina que desaparece
desapercebida... pois quem colocou
a mim como a guarda no pranto e ruína?
E quem obrigou a aliviar os que vivem
no caleidoscópio da dor, da alegria?
Quem foi que plantou no meu peito o orgulho?
Quem me fez empunhar a espada cortante?
Quem, ostentando, a sagrada auriflama
de cantos e sonhos e a mente rebelde
deu a ordem suprema: Não largues a tua arma,
não cedas, não caias não canses jamais!
Por que eu obedeço o estranho mandato,
não ouso deixar esse campo de honra
ou sobre a espada cair com meu corpo?
O que não permite dizer simplesmente:
Eu cedo, Destino, tu és o mais forte!
Por que, ao lembrar as humildes palavras,
aperto meu gládio invisível no punho
e gritos guerreiros ressoam no peito?


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