10.11.08

Rosa Mattos


Cavalo marinho


Não sou poeta
que possa fazer saltar
da mancha de ferrugem
na porta recém-pintada
o delicado porte do cavalo-marinho
expô-lo aos olhos do leitor
como quem possa toca-lo

Não sou tão pouco poeta
que não possa vê-lo
deter-me a vê-lo
pequena cabeça apoiada
na grade de ferro
a boca aberta
na sede do sal


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