5.2.05

De novo Carlos Pena Filho, porque é carnaval.


Soneto principalmente do carnaval


Do fogo à cinza fui por três escadas
e chegando aos limites dos desertos
entre furna e leões marquei incertos
encontros com mulheres mascaradas.

De pirata da Espanha disfarçado
adormeci panteras e medusas.
mas, quando me lembrei das andaluzas,
pulei do azul sentei-me no encarnado.

Respirei as ciganas inconstantes
e as profundas ausências do passado,
porém, retido fui pelos infantes

que me trouxeram vidros do estrangeiro
e me deixaram só, dependurado
nos cabelos azuis de fevereiro.


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