15.1.05

Esther Maria Duarte Lúcio Bittencourt


sara


o lugar onde nasci
o de claras vagas
um dia iria partir.

por fim foi-se onde nasci
quando não encontro mais
a chave de meus dedos

e também onde o sol
calou-se. só aquece
dissolvendo a rala carne

brota toda noite aguda
uma pedra que limo
de dia, e rói o peito

levo-a com cuidados
à fonte onde perfuma o alecrim
sinto na pedra eu em mim

quando encontro os braços
que em loucos devaneios
pensavam ser aragem

revejo o rosto boiando no espelho
estava na água, olhar no astro.
a pedra, esta pedra é meu leito.

ágora onde morri ainda viva
e caminho na tua voz memória
recupero em sopro sua medida

ah, o que devolver não pode
reconstruo-me na ferida
os pés retornam à perna.

há imagem.
mas o lugar onde nasci,
levou-me a este parto à margem

veleja em si consciente a viajem.


leia mais esther aqui e aqui.

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